Esse blog nasceu de minha necessidade de, por vezes expressar, meus pensamentos, idéias, desabafos e devaneios. Enfim, como o próprio nome ja diz numa tradução despretenciosa, as idéias da minha mente cujo, primeiro Insight já foi arriscar um trocadilho com "Inside" my mind. Portanto sejam bem vindos... e... sintam-se em casa!

sábado, 3 de abril de 2010

Breve devaneio

- Não, aquilo não se parece com um elefante!
- Claro que parece, você que não está olhando direito, olha lá, ali em cima são as orelhas, mais para a esquerda o contorno da testa, os olhos, a tromba bem grandona e os dois marfins...
- Nossa! Eu não estou vendo nem o elefante e você consegue ver até o marfim? Olha só aquela ali, parece uma mulher de vestido longo segurando um bebê no colo.
- Ah Marcos eu não acredito, você não foi capaz de ver um simples elefante e quer me convencer que consegue ver tudo isso naquelas nuvens?
Poxa Cris, sei lá, talvez você veja o elefante sob a sua ótica, que não precisa ser, necessariamente, a minha.
-Cris, você consegue ver naquele grupo de nuvens uma mulher de vestido com um bebê no colo?
- É parece um pouco sim, mas então, você viu só? Porque eu consigo ver a mesma figura que você naquelas nuvens idiotas e você não consegue ver nada nas minhas?
- Porque algumas vezes as coisas são claras, mas na grande maioria depende sempre de como olhamos...
Uma vez folheando um catálogo de desenhos para achar um que agradasse um cliente meu, me deparei com uma frase que trago até hoje:

“Vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos, temos o mesmo horizonte”
É incrível perceber como tantas pessoas, aparentemente iguais, que cresceram sob a mesma cultura, tiveram acesso à mesma educação, por vezes até compartilharam o mesmo seio familiar podem pensar tão diferente sobre o mesmo tema.
Até hoje, por exemplo, ficamos extremamente admirados com os atos de Hitler, mas esquecemos que esses só aconteceram com a conivência do povo alemão, que tinha plena consciência de tudo o que se passava.
Tudo porque Hitler convenceu o povo de que eram melhores, eram privilegiados, puros e especiais, passaram então a sentirem se superiores e acima do bem e do mal, até porque, para eles, era como se eles fossem o bem e tudo o que fosse diferente, o mal.
Talvez muita gente até hoje se questione sobre os reais motivos para que a humanidade tenha passado por uma calamidade e crueldade tão gritante e absurda.
Para mim a resposta está na comédia.
De forma nenhuma estou dizendo que essa desgraça tenha tido algo engraçado, longe de mim, mas a comédia é a arte de mostrar o corriqueiro de maneira exagerada, como que numa lente de aumento para podermos ler nas entrelinhas, reconhecemos muitas de nossas fraquezas e defeitos quando nos deparamos com personagens tipo.
Sabemos que não há alguém tão estúpido, ou tão avarento, ou mesmo tão cheio de manias, ou ainda tão ranzinza, mas vendo aquilo de forma exagerada como é colocado nos personagens conseguimos ver como muito daquilo está presente em nós, e, diante disso, conseguimos muitas vezes fazer alguns ajustes no nosso modo de vida.
É a máxima em ação:

“O inteligente aprende com o erro dos outros”
Por isso, para mim, a humanidade tenha tido a necessidade de ver toda a sua intolerância aumentada com uma lente de aumento tão trágica e implacável bem diante de nossos olhos.
Para vermos que a intolerância vem do fato de não respeitarmos as diferenças e acima de tudo, de acharmos que sempre somos melhores que os outros.
Hoje, nossa sociedade vive uma praga chamada preconceito e intolerância.
Torcer por um time diferente já é o bastante para corrermos o risco de sermos surrados até a morte.
O mais irônico é que temos essa ferramenta maravilhosa que é exatamente a net, que encurta distancias e une a todos numa grande família mundial, e em contrapartida nossas relações mais próximas se deterioram.
Quando poderíamos compartilhar, aprender, conhecer e dividir, queremos sempre é pilhar, tomar conquistar.
Nos esquecemos que muitas vezes podemos ver desenhos diferentes nas mesmas nuvens e que isso é algo tão maravilhoso pois gera milhares de possibilidades ao invés de uma só.
Mas nosso ego quer que o desenho que apareça seja um só:
O nosso!
Diante da frase que eu achei naquele simples catálogo de desenhos eu acabei por criar a minha própria e queria agora compartilha la com todos:

“Estaremos mais próximos da essência da verdade quando pararmos de achar que a nossa verdade é mais absoluta que a verdade do outro.”

Como eu queria ver as pessoas se despindo da idéia de que seu time é o melhor, de que sua igreja é a melhor, que sua maneira de educar é a mais correta, que seu partido político é o mais decente, de que as coisas só seriam perfeitas se fossem do seu jeito.
Utopia?
Talvez...
Mas, eu prefiro chamar de esperança...

Um comentário:

  1. As diferenças sempre foram cobertas por uma hipocrita e fina camada. Ninguém tem preconceito de quase nada, até o momento em que o " nada" bate á sua porta. Assim como não aredito que alguém diga e faça literalmente tudo que lhe vier a cabeça, por uma crença que isso é ser autentico. Vivemos em sociedade, ainda que insuposrtavelmente mediocre, vivemos nela. E, até por uma questão de sobrevivencia, respeito, talvez bom senso, há mais " grangantas falantes " do que agindo. Embora os ignorantes que tripudiam suas atitudes, não deixem dúvida nenhuma de sua significancia. É.. o que sei, infelizmente, é nao viverei o bastante para ver tudo isso, pelo menos melhorado....

    ResponderExcluir