Esse blog nasceu de minha necessidade de, por vezes expressar, meus pensamentos, idéias, desabafos e devaneios. Enfim, como o próprio nome ja diz numa tradução despretenciosa, as idéias da minha mente cujo, primeiro Insight já foi arriscar um trocadilho com "Inside" my mind. Portanto sejam bem vindos... e... sintam-se em casa!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em meio ao caos

Certa vez eu li, ou ouvi, não sei ao certo, o seguinte conceito:
"Quando em meio ao caos, é que estamos mais susceptiveis de enxergar tudo com mais clareza"
Eu sempre achei isso um tremendo paradoxo, um contra senso que só poderia ter sido inventado para ser uma dessas frases de efeito que viram jargões e nos perseguem a vida toda, como:
"O passado não volta e o futuro é uma promessa, o que temos é apenas o presente"... ou ainda: " Quem semeia vento colhe tempestades" e coisas desse tipo.
A verdade é que experimentei o conceito de encontrar respostas em meio ao caos, por mim mesmo e posso atestar é a mais pura realidade...
Eu conheci o inferno, pois morri em parte...
Da ansiedade, veio o choque, a letargia que sequer se instaurou dessa vez tal foi a dor, Era como se tivesse perdido alguém para as forças da ceifeira maldita, e com ela visto partir metade da minha alma. E pior, a metade que restara, já não sentia animo, nem esperanças, nem alento.
Sim mergulhei no caos, nada fazia sentido, nada batia, comecei a conjecturar coisas, ver vestígios de algo que não existia, questionar motivos, inventar outros tantos, julgar, me sentir injustiçado, por quem mais amava e pelo destino, porque não dizer esquecido por Deus? Não! Cheguei a pensar ter sido castigado por Ele mesmo...
E porque tentar maquiar uma blasfemia? Sim! Me senti sacaneado por Deus...
Parecia que Ele havia tido um prazer mórbido em me mostrar o paraíso, me convidar a entrar, e, assim que eu me encantei com todas as dádivas ali me ofertadas Ele simplesmente me expulsou e bateu os portões dos céus na minha cara.
Durante o tempo em que ficamos tentando ter dó de nós mesmos, sucumbimos ao caos.
Em primeiro lugar, exatamente pelo fato de não o aceitarmos, tentamos achar saídas, ou não reconhecemos o quão grave é a situação...
Mas isso, é a nossa tendencia natural de não encararmos nossos problemas de frente, e, de sempre tentarmos achar alguém ou algo para culpar...
Qualquer coisa, situação ou pessoa que possa levar nossa culpa.
E tentamos nos convencer que somos as vítimas, do destino, do sistema, de nossas condições financeiras, de nossas limitações físicas, enfim...
Mas sempre que adotamos essa postura, acabamos por tapar o sol com a peneira, outro jargão conhecido, e assim, nos isentando de qualquer responsabilidade, olvidamos a necessidade de mudança.
A primeira condição para que um dependente químico possa se curar é a de que ele aceite que tem um problema, que ele reconheça que tudo na sua vida está errado e que a culpa é dele e apenas dele.
Mas o maldito ego do homem é tão desgraçadamente ardiloso que sempre arruma uma maneira de não reconhecer seus próprios erros, falhas, dificuldades, defeitos e pecados.
E é aí que o caos cumpre o seu papel...
Muitas vezes algumas coisas demandam tratamentos de choque, intervenções que são extremas, dolorosas, desconfortáveis, horríveis até, mas que de outra forma não teriam êxito.
É a vida, cansada de ser bondosa e paciente para mostrar-nos o óbvio, que se vale de uma mão pesada, e nos atinge, em meio a mais pungente e lancinante dor, nos forçando a chegar num ponto onde, ou paramos para reconhecer que não é o mundo que está contra nós, mas sim nós que estamos na contramão do mundo.
Nos força a uma encruzilhada, onde só há dois caminhos:
Ou fazemos essa catarse, terrível olhamos no espelho de nossa alma e detectamos nossos demônios interiores para combate-los, ou nos entregamos a eles e simplesmente desistimos de tudo.
Um outro conceito que sempre me chamou muito a atenção é:
"Não importa o que acontece em nossas vidas, mas sim a reação que temos diante desses acontecimentos."
Cada coisa que enfrentamos na vida não é nosso destino, mas sim oportunidades, de através delas, escrevermos nosso destino.
Sempre temos escolhas, sempre temos opções, algumas mais trabalhosas, outras menos, para algumas se paga um preço maior, para outras não, mas sempre são opções, jamais imposições...
Pois a palavra final, a decisão, a ação é sempre nossa!
Eu tinha duas escolhas, reconhecer que eu não era a vítima mas o vilão, ainda que fosse por mera omissão, omissão em decisões anteriores, e sucessivas que me fizeram escrever um destino medíocre, que me incapacitava agora de colher tempestades de bençãos...
Eu havia semeado de maneira porca e desleixada, jamais fui criterioso ao escrever os capítulos que moldariam a história do meu destino, e agora, eu pagava o preço por essa negligencia...
O mais fácil a fazer, era me recolher a minha insignificancia, me amargurar e culpar a Deus e ao mundo, literalmente. Mas isso não mudaria o estado atual das coisas.
E pela primeira vez, talvez, na minha vida eu queria que mudassem.
Por isso, a decisão foi a de começar a reescrever essa história, agora, com pressa sim, mas com zelo, com foco, com cuidado, com esmero, e com dedicação.
É certo que corro o risco de nesse processo perder de vez a benção dada pelo Criador, talvez eu realmente jamais volte a por meus olhos no paraíso, quem dirá desfrutá-lo...
É um risco que eu corro, mas a verdade é uma só, depois de ser expulso, percebi que realmente, AINDA, não merecia estar ali, e que mesmo sabendo que levarei algum tempo para me preparar para ser aceitável, se eu quiser ter a chance novamente de ter essa benção, essas mudanças se fazer necessárias, e eu as farei...
Custe o que custar, e leve o tempo que levar.
Orarei ao Pai diariamente para que Ele me ajude, me ampare, me dê forças e sabedoria, e se ao fim Ele achar graça em meus olhos e me abençoar com a dádiva maravilhosa que Ele me ofertou, verei recompensado cada gota de suor, cada lágrima vertida, cada esforço para encher os pulmões do ar que vem me faltando...
E serei finalmente, o homem mais bem aventurado e feliz desse planeta.
Hoje, a única coisa que eu sei, é que, ainda que eu não consiga...



Morrerei tentando...

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